ei o último fim de semana em ótima companhia. No sábado, estive com Betty Milan e Lacan, a partir do livro que ela escreveu sobre/para/com ele acerca das experiências que construíram juntos em análise (Lacan ainda: testemunho de uma análise, Zahar, 2021). Que generosa a ideia de compartilhar trechos de um processo tão íntimo e transformador.
Milan não limita a sua generosidade somente ao conteúdo – e aqui, faço uso injusto das duas palavras: limita e somente. Por que o tal conteúdo de limitado, e de somente não tem nada -, mas a entrega também na forma. A leitura surpreende de tão fluida. Quando cheguei ao fim do livro, tomei até um susto; já?!.
Para mim, foi uma experiência, além de prazerosa, reveladora. Sempre guardei alguma restrição a ele, Lacan. Desgostosa por não conseguir navegar na calmaria pelos textos que não cansavam de me afetar – para fugir de minha mão no próximo segundo. Um atravessamento desmemoriado, ou melhor, desentendido. “Por que ele faz isso">