A foto acima faz parte da campanha do Ramadã (data comemorativa do calendário islâmico) e foi tirada em uma loja de de um shopping de Dubai. O que, para muitos, é mais uma imagem publicitária, para a acreana Beatriz Martinello, de apenas 23 anos, representa o início de um sonho, a carreira de modelo internacional. Nascida em Rio Branco, onde viveu até os 15 anos, e formada em Direito, ela começou a trabalhar como modelo há três anos, momento que definiu como sua ‘última tentativa’.
Beatriz, que tem 1,80m de altura, conta que já havia perdido as esperanças de decolar na profissão, por não encontrar alguém que orientasse os caminhos e por acreditar que era preciso ser mais novo para adentrar num mercado tão concorrido e difícil, como é o da moda. Entretanto, por insistência de sua mãe, ela descobriu um projeto de treinamento e um concurso, que lhe preparou e ajudou a encontrar sua atual agência.
Todo este processo iniciou junto com a pandemia, o que lhe impediu de realizar trabalhos, naquele período, mas não a impossibilitou de continuar se preparando para a primeira oportunidade que surgisse.
“Extraordinariamente, logo no meu segundo dia aqui, em Dubai, trabalhei para Jimmy Choo. Estava ansiosa, muito animada. Primeiro, porque podia, oficialmente, dizer que trabalhava como modelo e, segundo, para uma marca tão magnifica. Pude ver e vivenciar todo o backstage… Geralmente, eu estava acostumada a ver somente o produto final. Posso dizer que aprendi muita coisa ao trabalhar com a Jimmy Choo e que progredi como modelo”, declara a acreana.
Com os pés no chão, Beatriz afirma que seu maior foco, no momento, é adquirir o máximo de experiências possíveis, das quais ela tentar tirar aprendizados que vão lhe ajudar nos os seguintes. Com relação à preferência de trabalhos, ela diz que tanto a arela quanto as fotografias lhe trazem realização.
“Minha maior realização como modelo é poder dizer que sou modelo! Eu estou trabalhando como uma. Minha primeira campanha foi para a Jimmy Choo, como não me sentir realizada? Estou vivendo meu maior sonho e quero atingir o máximo dele, ultraá-lo”, comemora.
Mãe modelo: a inspiração
Foi em Rio Branco que Beatriz viveu até seus 15 anos de idade, antes de mudar-se para o estado da Paraíba. E foi dentro de casa, por meio de sua mãe, a odontóloga Valéria Martinello, que ela teve o interesse pela moda despertado.
“Quando criança, vi uma sessão fotográfica de minha mãe, o que me despertou interesse pelas poses tão diferentes das que, usualmente, tirava em família. Logo em seguida, comecei a buscar mais atentamente outras referências daquilo. Mulheres altas, como eu, e revolucionárias em suas formas de expressão, por meio de poses em revistas e da elegância, quando desfilavam em arelas. Eu queria estar com elas. Ser como elas”, recorda.
Atualmente, Beatriz diz que sua morada é sua mala, e sua rotina é de viagens. Entretanto, afirma que se orgulha das raízes acreanas e que as memórias da infância e adolescência permanecem fortes. “Não há melhor farinha que a nossa (ri). Nem posso deixar de falar da minha saudade do tacacá, do açaí e do famoso quibe de arroz. Sempre me sinto orgulhosa quando me perguntam de onde sou no Brasil, e um sorriso já me vem ao rosto, porque sempre surpreendo ao dizer que sou do Acre”, reforça.
Comida, alimentação, saúde e o mundo da moda são temas que geram constante tensão, seja pela exigência de padrões de beleza ou até por casos de doenças relatados por profissionais do meio. Porém, para Beatriz, tal questão parece ser levada com leveza e de forma consciente. Este foi, inclusive, um dos motivos que lhe fez escolher por sua atual agência, na qual a saúde é motivo de atenção e cuidado constantes. Ela afirma que sempre buscou acompanhamento de diversos profissionais, de nutricionistas a psicólogos.
“Afinal, eu trabalho com minha imagem, que é o meu corpo, e para isso, preciso me conectar a ele e compreendê-lo, sabendo como ele está e como cuidar bem dele, tanto pelo meu próprio estilo de vida, minha saúde mental, como para atingir os meus objetivos na carreira. Voltei a praticar exercícios físicos e a me alimentar melhor, o que melhorou bastante a minha disposição, durante os trabalhos que faço no dia a dia. Estou em equilíbrio, graças a todo o acompanhamento que tenho”, afirma.
Por fim, ela cita suas inspirações de modelo, mas deixa claro que, antes de qualquer profissional, sua mãe foi a primeira inspiração. “Não posso deixar de mencionar Gisele Bundchen, a primeira modelo brasileira que conheci e que me inspirou em suas entrevistas, logo em seguida Adriana Lima, Tyra Banks, Naomi Campbell, que sempre me impressiona quando revejo seus desfiles, e, atualmente Zendaya, que me inspira a ser versátil como modelo”, comenta.
