O curso de História, da Universidade Federal do Acre (Ufac) inicia a 21ª Semana Acadêmica do curso, nesta terça-feira, 24, desta vez com o tema ‘O Não Dito Sobre Violências, Silenciamentos e Resistências: Lacunas na Historiografia Acreana’. A programação se estendendo até sexta-feira, 27.
O evento é promovido na Universidade Federal do Acre (Ufac), durante todo o dia, e se divide entre os blocos Jorge Kalume, Walter Félix, auditório da pós-graduação e o centro de convenções
A principal proposta é debater sobre as produções relacionadas à história do Acre, que tornam invisíveis e silenciam muito das experiências e vivências dos povos originários e das populações tradicionais que já estavam presentes aqui.
O evento vai contar com oficinas temáticas, mesas redondas, apresentação de banners, mostras dos grupos de trabalho realizados pela Ufac, lançamentos de livros e exposições artísticas, além de um sarau de encerramento.
O professor do curso de História da Ufac, Sérgio Roberto de Souza, comentou um pouco sobre a importância de eventos como esse para os alunos e sociedade. “É um momento que podemos aprofundar essas temáticas com todos que atuam na história, essas fronteiras entre universidade e sociedade são rompidas em momentos assim”, explica Souza.
Ele destaca ainda a relevância do tema escolhido para o evento deste ano, que são as lacunas existentes na história do Acre, que, dado o contexto em que foi produzida, silenciou grande parte das mulheres, povos originários e populações tradicionais do território acreano. De acordo com o professor, que faz parte da comissão organizadora, um dos focos é pensar e debater acerca desse apagamento histórico.
Souza ainda deixa claro que é importante reconhecer a história não como verdade absoluta, e que ela trabalha com recortes do ado. “O ado e o presente são tecidos e construídos juntos. Esses ocultamentos, silenciamentos, interdições são políticos, então contrapor isso é sim um movimento político nosso também”, enfatiza ele.
Os alunos da graduação também estão participando da construção do evento. Lucas Nobre, do 4° período, fala um pouco da oportunidade de participar da semana acadêmica. “É de extrema importância para licenciatura e bacharelado, os professores abrem um espaço para podemos divulgar nossas pesquisas, e a importância que a historiografia tem para a formação como pesquisadores e profissionais docentes”, explica ele.
Sobre a possibilidade de apresentar seus trabalhos no evento, Nobre diz que é uma honra poder debater isso com professores tão qualificados como os presentes. “Podemos assumir o papel de pesquisadores e falarmos de igual com toda a comunidade acadêmica e pesquisadora. Poder submeter nossos trabalhos para que tenhamos outros pontos de vista em relação às nossas pesquisas é muito importante, ainda mais com mestres e doutores com um extenso currículo nas pesquisas e docência”, finaliza Nobre.
Programação
Nesta terça-feira, as principais atrações são o lançamento de diversos livros, no bloco Walter Felix, e uma mesa aberta com o tema “O Não Dito Sobre Violências, Silenciamentos e Resistências nas Amazônias”.
A comissão ainda faz um convite para que mais pessoas possam prestigiar o evento. “Eventos como a semana acadêmica servem para que possamos cumprir o papel social da universidade, devolvendo para a sociedade o que ela investe na gente, então por favor, venham participar e ver os trabalhos, ainda mais sobre um tema muito importante que é a história acreana.”
