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Fotografias da expedição de Euclides da Cunha pelo Rio Purus ficam no TJAC nesta quarta e quinta-feira sb4z

Fotografias da expedição de Euclides da Cunha pelo Rio Purus ficam no TJAC nesta quarta e quinta-feira

Entre 1904 e 1905, há 120 anos, o sociólogo, escritor e jornalista Euclides da Cunha juntamente com uma equipe de brasileiros e peruanos realizava uma expedição pelo Rio Purus para fazer reconhecimento hidrográfico das cabeceiras do rio por conta dos conflitos na fronteira entre acreanos e peruanos. Euclides fez questão de trazer um fotografo, mesmo tendo sido criticado pelo gasto. Mas, graças a essa decisão do escritor, nesta quarta e quinta-feira, 24 e 25, no espaço em frente as Câmaras no Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) poderemos visualizar os retratos retirados durante a viagem. 6b2n1o

A exposição faz parte do acervo da Casa Museu e foi cedido ao Judiciário para ficar esses dois dias, aberta à visitação das 7h às 14h. Estarão disponíveis 14 peças, sendo 12 fotografias, uma ilustração, fazendo a reconstrução do assassinato do escritor, famoso pela obra “Os Sertões”, e ainda uma pintura, mostrando a estrutura funcional de um seringal.

O desembargador aposentado e jornalista Arquilau de Castro Melo, fez a curadoria da exposição, solicitando o ao acervo de fotografias ao Itamaraty há quase 30 anos. Ele destacou a relevância das peças para a história acreana. As fotos retratam a expedição responsável por subsidiar o Tratado do Rio de Janeiro, de 1909, que finalmente estabeleceu as fronteiras atuais do estado do Acre.

“Há 120 anos atrás na agem do ano de 1904 para 1905, o escritor Euclides da Cunha em missão do Itamaraty subiu o Rio Purus com a Comissão composta por peruanos para demarcar a fronteira do Brasil com o Peru. Isso porque o Tratado de Petrópolis não resolveu definitivamente a questão da fronteira do Acre, porque o Peru nunca reconheceu o Tratado de Petrópolis, de 1903. Assim, o Barão do Rio Branco negociou a comissão mista com brasileiros e peruanos para verificar onde estão brasileiros e peruanos no curso do rio e depois traçarem a fronteira. E assim foi feito, Euclides veio à serviço do Itamaraty, chefiando a Comissão que subiu o Rio Purus, ou um ano aqui dentro da Amazônia, escreveu muito sobre a Amazônia. Ele trouxe um fotografo e na época foi muito criticado por isso, achavam que trazer um fotografo tinha sido uma esnobação. Mas, ele deixou tudo registrado”, explicou Arquilau.

Fotografias da expedição de Euclides da Cunha pelo Rio Purus ficam no TJAC nesta quarta e quinta-feira
Foto: Élisson Magalhães/TJAC

Para o magistrado a exposição também é importante por reconhecer a contribuição de Euclides da Cunha com a história da nossa região: “É de suma importância essas fotos, porque são fotos raras, raríssimas e não estão à disposição facilmente das pessoas. Eu consegui, graças a amizade que eu tinha há tempos atrás com o embaixador que permitiu que eu tirasse cópia dessas fotografias. Euclides, infelizmente, no Acre é um desconhecido. No Brasil, Euclides da Cunha é nome de rua, de praças e no Acre não temos muita coisa, ele praticamente deu a vida aqui dentro, porque ele ou um ano no Acre e quando chegou em casa a mulher estava com amante e ele foi tomar satisfação e terminou sendo assassinado”.

Serviço

Exposição sobre expedição de Euclides da Cunha

Quando: quarta e quinta-feira, 24 e 25, das 7h às 14h

Onde: TJAC

Mas, atenção, depois as peças retornam para a Casa Museu onde é possível visitar elas e outros artefatos históricos, só é necessário agendar a visita pelo telefone (68) 999853031 ou pelo Instagram @casamuseuacre

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