A Polícia Civil prendeu, na quinta-feira, 29, mais um suspeito de participação no assassinato brutal de Yara Paulino, de 27 anos, linchada em via pública no conjunto habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, após boatos de que teria matado a própria filha. O homem, identificado como J.S.S., conhecido pelo vulgo “Falcão”, foi capturado no mesmo bairro onde o crime ocorreu e é apontado como um dos envolvidos diretos nas agressões que levaram à morte da vítima.
Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a prisão é fruto do avanço das investigações. Um dos oito suspeitos já detidos anteriormente forneceu informações que ajudaram a localizar Falcão.
Após a prisão, ele foi encaminhado à Delegacia de Flagrantes (Defla), onde ou pelos procedimentos legais e foi colocado à disposição da Justiça.
Relembre o caso
Yara foi espancada até a morte no dia 24 de março, após ser alvo de boatos não confirmados de que teria matado a própria filha, Cristina Maria, uma bebê de três meses. Restos mortais de um animal, encontrados em um saco de ração jogado em um terreno da região, foram confundidos como sendo da criança. Até hoje, o paradeiro da bebê segue desconhecido.
No mês ado, a Polícia Civil havia deflagrado uma operação que resultou na prisão de oito pessoas pelo envolvimento direto na morte de Yara. Entre os presos estavam o ex-marido da vítima, Ismael Bezerra, pai da criança desaparecida, e o irmão dele.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Leonardo Ribeiro, Ismael estava na casa de Yara durante as sessões de tortura que antecederam o linchamento. Ele nega envolvimento, mas testemunhos e provas o colocam no local do crime.
Outras três mulheres também foram presas por participação nas agressões. A maioria dos envolvidos, segundo a Polícia Civil, tem ligação com facções criminosas. Um dos detidos seria, inclusive, uma liderança que pode ter ordenado a execução de Yara, julgada e morta pelo chamado “tribunal do crime”.
As investigações continuam, tanto para responsabilizar todos os autores do assassinato como para esclarecer o desaparecimento de Cristina Maria.