A reprovação de 186 candidatos que realizaram a prova para promotor de justiça substituto do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) repercutiu e tem gerado indignação nas redes sociais. O resultado foi divulgado no Diário Oficial do órgão nesta quarta-feira (4).
De acordo com a publicação, a nota mínima exigida é de 6 pontos. Contudo, a maior nota obtida foi de 5,95 – apenas cinco centésimos abaixo do estabelecido.
O concurso, organizado e aplicado pela Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (FAPEC), custou quase R$500 mil, conforme publicado no Diário Oficial de Mato Grosso do Sul, em agosto de 2024.
“Não consigo nem descrever o quão absurdo é organizar um concurso público, investir dinheiro e tempo para organizar o certame e simplesmente não classificar nenhum candidato para a fase seguinte. Uma vergonha o que aconteceu no MPMS (e não me refiro aos candidatos)”, publicou uma internauta em uma rede social.
Outra postagem destaca a necessidade de transparência da banca examinadora, já que houve reprovação em massa.
“Concurso do MPMS para Promotor reprova 100% dos candidatos. Causa? Corte altíssimo, prova mal calibrada ou edital excludente? Reprovação em massa exige transparência da banca. Se há indício de desvio de finalidade (ex: arrecadação), cabe representação no CNMP”, escreveu outro internauta.
O g1 procurou a Fapec e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS) e não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
O que diz o MPMS?
Em nota, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul disse que o resultado oficial será publicado e “está sujeito à interposição de recursos”. Leia a íntegra:
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS) informa que, no dia 2 de junho de 2025, foi realizada sessão pública híbrida no edifício-sede da Procuradoria-Geral de Justiça, em Campo Grande (MS), com o objetivo de identificar e divulgar os resultado das provas escritas do XXX Concurso Público de Provas e Títulos para ingresso na carreira no cargo de Promotor de Justiça Substituto. Esclarece que a publicação oficial do resultado provisório sairá no DOMP, o qual está sujeito à interposição de recursos, conforme previsto no edital:
• Item 14.17 – Quanto ao resultado das provas escritas, caberá interposição de recurso nos termos do item 23 deste Edital.
• Item 14.18.1 – Os cadernos de questões das provas escritas e os espelhos de correção serão disponibilizados na área restrita do site concurso.agazetadoacre.noticiasdoacre.com, no prazo de até 72 (setenta e duas) horas após a divulgação das notas.
• Item 23.1 – O candidato poderá recorrer à Comissão de Concurso contra o resultado de qualquer uma das provas, seja por erro material, por discordância quanto ao conteúdo das questões e respostas, ou ainda contra a classificação final.
Segundo o órgão, os candidatos podem entrar com recurso contra o resultado. O prazo para interposição de recursos vai de 9 a 13 de junho.
Os candidatos poderão questionar o resultado de qualquer uma das provas, seja por erro material, discordância quanto ao conteúdo das questões e respostas, ou ainda em relação à classificação final.
O formulário para solicitar a revisão da nota está disponível neste site. Os cadernos de questões das provas escritas e os espelhos de correção estarão disponíveis a partir das 8h desta quinta-feira (5), na área restrita do candidato, através do mesmo link.
‘Não há candidatos para mim’
Além da indignação por conta do resultado preliminar, a reprovação de 100% dos candidatos gerou memes nas redes sociais. “No Brasil, não há candidato preparado para mim. MPMS”, diz uma postagem que faz alusão à uma fala da apresentadora Xuxa Meneghel”. A publicação tem quase 50 mil visualizações e cerca de 2 mil comentários.
Etapas do concurso
O concurso oferece 10 vagas para o cargo de promotor de justiça substituto, com remuneração mensal de R$ 32.260,69. O processo seletivo é composto por sete fases:
- Prova preambular;
- Prova escrita;
- Avaliação psicotécnica;
- Investigação social;
- Provas orais;
- Prova de títulos;
- Exame de sanidade física e mental.
Por: G1 Mato Grosso do Sul